segunda-feira, janeiro 18, 2010

Nostalgia


Há quem diga que nostalgia é um sentimento que só atinge aos que têm mais de 60 anos. Pois eu discordo completamente deste diagnóstico. Em meus vinte e poucos anos passei por tantas etapas que já me sinto uma velhinha com saudade de seus primeiros anos de vida. Já chorei muito por bobeiras, me importei com detalhes insignificantes (ainda me importo), amei quem nunca me correspondeu e desprezei alguns que me queriam bem.

Fiz amigos para a vida inteira e até achei inimigos onde só havia pessoas. Amei, odiei, me iludi, caí, superei e aprendi.

Confesso que me arrependi de algumas coisas, mas se tivesse uma segunda chance, não faria diferente. Pode parecer contraditório, mas tudo pelo que passei deixou marcas que me fazem o que sou hoje, e acima de tudo, deixou lembranças.

Lembranças únicas que mostram que participei de algo, de que fui importante para alguém. Essas lembranças, por mais antigas que sejam, permanecem com você e quando menos espera, elas lhe fazem uma visita.

O cheiro da comida da sua avó, que quase sempre é a melhor que você já experimentou. O calor de um abraço, principalmente daquele dado quando você mais precisava de apoio. O primeiro beijo, primeiro amor e aquele sorriso. Aquele perfume. Aquela pessoa.

Nesse caos que chamamos de vida é isso que nos mantém com os pés no chão. Isso e o fato de saber que sempre as terei comigo. São coisas simples que me definem como Letícia, uma brasileira, goiana que não gosta de sertanejo, que adora moda, acredita em um jornalismo ético e romantismo antigo, que escuta Beatles e se intitula nostálgica aos 20 anos.

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