terça-feira, junho 01, 2010

Economia

Crescimento da Indústria têxtil impulsiona concorrência em Goiás

Vendas no setor têxtil representaram 165,10% do crescimento da indústria no estado.


O Brasil é um país conhecido por sua diversidade. Tendo em vista esta característica, a indústria têxtil teve de se adaptar ao que o brasileiro quer e ao que cada classe pode pagar.

Números divulgados em pesquisas sobre o tema mostram que o goiano tem investido cada vez mais na aparência. Puxada pelo setor têxtil, as vendas na indústria goiana registraram alta de 26,3% em março deste ano em relação a 2009. A produção de roupas foi responsável por 165,10% deste crescimento. Mas levanta a questão: é um crescimento igualitário ou partes desta grande indústria lucram mais do que outras?

Vale ressaltar que a indústria de roupas em Goiânia abrange mais do que grandes lojas de departamentos. Sua expansão é vista principalmente no comércio informal. A venda em feiras ou na rua representa um grande concorrente para os shoppings.

“É um concorrente desleal”, diz o presidente da Sinvest (Sindicato das Indústrias do Vestuário do Estado de Goiás), José Divino Arruda. Ele explica que não vê o comércio informal como algo ilegal, pelo contrário, é uma necessidade de sobrevivência. No entanto, declara que estes trabalhadores não enfrentam a mesma burocracia que um dono de loja, pois não pagam impostos e não tem licença.

A.R, lojista, prefere ter sua identidade mantida em sigilo. Ela afirma que a maior dificuldade que enfrenta para se manter no setor têxtil são os impostos. Ela admite que o comércio informal seja um grande concorrente para a sua microempresa, por isso, tem de buscar medidas para sobreviver neste meio. Uma das ações é a sonegação de notas fiscais.

A comerciante deixa claro para o cliente que não consegue passar uma mercadoria com preço menor com a emissão de nota fiscal para poucas peças, e a grande maioria aceita.

“À medida que o cliente chega à feira é muito difícil ele retornar querendo comprar alguma coisa da gente”, diz A.R.

Já a vendedora Ana Paula Simiema não acredita que o comércio informal represente um grande concorrente para as lojas de departamento. “O público que compra em shopping é diferente do público que compra em feira”, declara.

Giselly Valentim Silva e Bruna Valentim mostram o outro lado do comércio informal. As feirantes garantem que a autonomia neste setor motivou bastante o ingresso, além do interesse pela moda.

Comércio Informal X Shopping

Os índices comprovam que os goianos têm comprado mais em feiras ou no mercado de rua que nos shoppings. Analisando os números divulgados pelo Centro de Pesquisas Econômicas e Mercadológicas CDL/ALFA sobre o Dia das Mães de 2009 e 2010, observa-se esta preferência.

No ano passado, o comércio varejista teve alta de 3% em relação a 2008, puxado pela redução do IPI nos produtos de linha branca. O comércio informal foi mais visitado do que os shoppings, no entanto, nota-se que há mais lojas deste segmento nas ruas. Em 2010, esta diferença foi reforçada. A indústria lucrou 12% a mais do que no ano passado e cerca de 43,6% dos consumidores optaram pelas lojas de rua.

O consumidor

A grande concorrência na indústria têxtil trouxe muitos benefícios ao consumidor. Diversidade de produções, queda do preço e o investimento em peças com maior qualidade podem ser citados como itens que melhoraram.

Samara Lobo Lopes, estudante de farmácia, 19, diz que gosta de variar nos locais onde faz compras. Ela acredita que pode encontrar roupas de mais qualidade nos shoppings, no entanto, com um preço mais alto. Em feiras, a estudante afirma que tem mais diversidade e, às vezes, compensa mais que o shopping.

A estudante de jornalismo, Lays Vieira, acredita que o comércio informal ganha na questão de diversidade. Ela diz que em lojas de departamento há o risco de comprar algo que todo mundo tenha, e que nesta questão, as feiras ganham. Em contraponto, ela afirma que o shopping acaba ganhando no espaço. “O shopping tem mais vantagens. Se ficar cansada pode parar para comer ou ir ao cinema”, declara.

Por Letícia Marina e Thamyris Fernandes

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